quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Le ballon rouge




Quero um balão vermelho a perseguir-me, já disse. Não volto atrás, o que está dito está dito, assinado, ponto final.

Balão vermelho em Alfama

Não me venham cá com anjos da guarda, seguranças, nossa senhoras, videovigilância, medidas de precaução especial ...o diabo a sete, quero mesmo um balão vermelho.

Balão vermelho agarrado à barcaça transtejo

Um balão vermelho a seguir-me por todo o lado, qual cão guia, ou perdigueiro fiel de caça. Urge estar perto, ao lado, em cima, em baixo, quando estou a dormir ou mesmo a pensar. A maior parte do meu tempo. E o balão vermelho...

Balão vermelho a esfumaçar na chaminé Quimigal

Chego a casa, o dia de labor intenso na parte mais baixa das costas. Na janela que espreita uma Oliveira, eis que aparece o balão vermelho. Está presente, é só isso que lhe exigo. Estar, apenas.

Balão vermelho cheio de rebuçados e farinha

O caminho faz-se pelas vielas históricas de uma certa cidade. Varinas e criançada a fugir à clausura do espaço interior, uma certa garoa a anunciar-se, olho para cima de relance e sinto o voo do balão vermelho. Salta de telhado em telhado, de história em história, de segredo em segredo.

Balão vermelho a bater furiosamente na parede

Parece-me que é chegada à hora. Estamos sempre em viagem, os objectos da nossa inquietação vão mudando, o balão vermelho sabe há muito ao que veio, sabe há muito o que é suposto fazer na sua viagem. Não plana ou flutua, assume o voo picado. Não, não se trata de um predador. É apenas o balão vermelho.

Balão vermelho a espreitar pelo buraco da fechadura

Um pouco tímido e envergonhado, permanece na errância do seu comportamento infantil. Por ora, apetece-lhe um pouco de intimidade feminina. Quer fazer parte...

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei de cada pormenor deste filme e depois a coincidência de ler este post!

Um beijinho :)