Para o caderninho de S.
Na tasca da esquina 4 olham para um daqueles jogos pequenos de uma qualquer liga estrangeira que a Sport TV insiste em transmitir pela noite dentro. Enquanto como uma daquelas sopas que já só se encontram em tascas de esquina e em casas de senhoras idosas, com talos grandes de couve e feijão inteiro, os 2 velhos da frente preferem Sagres. E, a julgar pela contagem de garrafas em cima da mesa e pelo levantar do tom de voz, já vão avançados na sua demonstração de afecto pela cerveja nacional.
Inevitavelmente, eu e o senhor de bigode grisalho por detrás do balcão somos agora mais espectadores daquele diálogo do que do jogo que passa na televisão. Um deles chora a morte da mulher como se a tivesse enterrado hoje e bebe para esquecer. Pelas respostas do outro percebemos que ela já se foi faz quase uma década e bebe apenas por solidariedade.
- Ó Joaquim, traz mais duas!
- Mais duas não, que já não consigo fazer o 4.
- Não consegues fazer o 4 porque nunca foste à escola. Traz mais duas que eu pago!
Inevitavelmente, eu e o senhor de bigode grisalho por detrás do balcão somos agora mais espectadores daquele diálogo do que do jogo que passa na televisão. Um deles chora a morte da mulher como se a tivesse enterrado hoje e bebe para esquecer. Pelas respostas do outro percebemos que ela já se foi faz quase uma década e bebe apenas por solidariedade.
- Ó Joaquim, traz mais duas!
- Mais duas não, que já não consigo fazer o 4.
- Não consegues fazer o 4 porque nunca foste à escola. Traz mais duas que eu pago!
1 comentário:
Só faltava aquele pão com chouriço que vende nos rallis. Isso é que ia ficar muito bom, em vez de comer sopas sem gosto.
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